Em 2024, a Black Friday movimentou R$ 9,38 bilhões no Brasil, registrando crescimento de 10,7% em relação ao ano anterior e mais de 18,2 milhões de pedidos — uma alta de 14%.
Para o setor de bens de consumo (FMCG), a data representa muito mais do que promoções: é uma oportunidade estratégica para acelerar resultados em larga escala.
E quando falamos em sazonalidade, o canal indireto assume um papel ainda mais decisivo. É por meio dele que a indústria garante capilaridade e presença no varejo de vizinhança, farmácias, perfumarias e outros pontos de venda que concentram o fluxo de consumidores nesse período. Nessas datas, abastecer o canal antecipadamente é fundamental para evitar rupturas e assegurar que a marca esteja disponível no momento exato da decisão de compra.
No entanto, o sucesso depende de um fator muitas vezes negligenciado: o planejamento do abastecimento no canal indireto. Como milhões de consumidores se antecipam às compras, distribuidores e varejistas precisam estar preparados com estoques adequados e alinhados à demanda prevista. Para a indústria, isso significa garantir que o produto esteja disponível na gôndola no momento certo, evitando rupturas que comprometem vendas e margem.
O desafio é grande. Rupturas de estoque, falhas logísticas, preços mal calibrados e concorrência agressiva podem transformar oportunidades em prejuízo.
A chave está no uso inteligente dos dados de mercado: planejar com precisão, antecipar cenários e executar com eficiência.
Como indústrias de bens de consumo podem usar dados na Black Friday
1. Identificação de oportunidades e comportamento do mix
Mais do que reagir à demanda da Black Friday, as indústrias precisam antecipar cenários e identificar onde estão as oportunidades reais de crescimento. Isso passa por analisar o histórico de sazonalidade do ano anterior: entender quais categorias tiveram maior giro, quais regiões concentraram as vendas e, principalmente, onde havia potencial e a performance não aconteceu.
Essa leitura do mix permite ajustar estratégias regionais e de canal, garantindo que os investimentos promocionais sejam direcionados para onde existe maior retorno.
✅ A análise combinada de sell-in, sell-through e sell-out ajuda a mapear regiões com maior elasticidade e PDVs que podem ser melhor explorados.
✅ Usar dados históricos de sazonalidade traz precisão para a escolha de SKUs prioritários e evita dispersão de esforços em produtos de baixa performance.
✅ Soluções de inteligência de mercado sofisticadas, baseadas em um painel robusto e representativo de atuação, são fundamentais para fornecer visibilidade confiável do canal indireto. Com elas, a indústria consegue identificar lacunas, dimensionar corretamente o potencial por região e canal, e direcionar estratégias com assertividade.
2. Planejamento comercial e estratégia de preços
Na Black Friday, o preço é o primeiro fator de decisão do consumidor. Por isso, é fundamental conhecer o comportamento do mercado, avaliar concorrentes e testar diferentes cenários de elasticidade.
No canal indireto, o desafio de preços é ainda maior. Entre a indústria e o consumidor final existe uma cadeia composta por distribuidores e varejistas, cada qual com sua própria política de margem. Isso significa que a estratégia de precificação deve considerar não apenas o valor final na gôndola, mas também os incentivos e condições comerciais oferecidos ao longo da cadeia.
✅ A análise de dados de sell-in, sell-through (vendas dos distribuidores aos varejistas) e sell-out e preços praticados no canal indireto permite ajustar negociações com distribuidores, calibrar políticas de desconto e garantir que o produto chegue ao consumidor com atratividade competitiva.
✅ Trabalhar com inteligência de preços integrada ao canal indireto ajuda a indústria a manter equilíbrio entre competitividade, rentabilidade e disponibilidade de produto em diferentes regiões e perfis de PDVs.
3. Estoque: disponibilidade e redução de rupturas
Não adianta ter a melhor promoção de Black Friday se o produto não chega ao ponto de venda. As rupturas não só representam perda imediata de vendas, como também comprometem a credibilidade da marca, já que o consumidor pode migrar para o concorrente.
No canal indireto, esse desafio é ainda mais crítico. A indústria precisa lidar com diferentes níveis de estoque em distribuidores e varejistas, além da velocidade de reposição em cada região. Sem visibilidade diária das vendas, o risco é alto: produtos podem faltar em PDVs estratégicos enquanto sobram em outras localidades. O monitoramento constante é o que permite redirecionar estoques rapidamente, garantindo que a disponibilidade esteja sempre conectada à demanda real.
✅ Em resumo: ao antecipar cenários de ruptura e alinhar estoques no canal indireto com base em dados reais, a indústria protege suas vendas, fortalece a relação com distribuidores e melhora a experiência do consumidor no ponto de venda.
4. Preparando canais digitais e atendimento para o pico de demanda
A Black Friday também pressiona os canais digitais. Equipes precisam estar prontas para responder rápido e converter oportunidades.
✅ Mapear SKUs de maior giro no digital permite direcionar campanhas e treinar o time de atendimento para dar prioridade ao que mais gera retorno.
5. Transporte e logística sem gargalos
Um dos grandes desafios da Black Friday é garantir que o produto chegue ao ponto de venda ou ao consumidor final no prazo prometido. Falhas logísticas podem anular todo o esforço de precificação, abastecimento e promoção.
No canal indireto, a complexidade aumenta, já que a indústria depende de distribuidores para fazer o produto chegar a milhares de PDVs em tempo recorde. Cruzar informações de demanda regional prevista com a capacidade logística disponível é essencial para antecipar gargalos.
✅ Ajustar rotas de entrega e programar estoques avançados por região minimiza riscos de ruptura e melhora a confiabilidade das operações.
✅A integração de dados logísticos com dados de vendas permite maior previsibilidade e segurança na execução da campanha.
6. Monitoramento em tempo real e ajustes durante a Black Friday
A Black Friday não é estática: os resultados podem mudar em questão de horas. Concorrentes lançam novas ofertas, categorias aquecem inesperadamente e rupturas podem surgir. Por isso, o acompanhamento em tempo real é tão importante quanto o planejamento prévio.
✅ Dashboards de monitoramento permitem reagir rapidamente a mudanças do mercado, ajustando preços, estoques e campanhas promocionais.
✅A combinação de dados online e offline garante uma visão integrada do desempenho, ajudando a indústria a ajustar estratégias sem perder o timing.
7. Pós-venda: fidelizando clientes após a Black Friday
A Black Friday não termina quando a compra é concluída. O pós-venda é decisivo para transformar compradores ocasionais em clientes recorrentes. É aqui que a indústria pode reforçar relacionamento e estender o impacto da data.
✅ Acompanhe métricas de recompra, ticket médio e engajamento por canal para nutrir o relacionamento.
✅ Crie ações segmentadas para consumidores captados durante a Black Friday, convertendo-os em clientes de longo prazo.
Conclusão – Black Friday com dados é mais inteligente
A Black Friday continua sendo uma das maiores oportunidades para o setor de bens de consumo, mas os resultados não vêm apenas de promoções agressivas: dependem de planejamento inteligente, abastecimento estratégico no canal indireto, logística eficiente e capacidade de reação em tempo real.
Com a leitura correta de sell-in, sell-through e sell-out, sua indústria ganha visibilidade para antecipar cenários, reduzir rupturas, calibrar preços e direcionar esforços exatamente para onde existe maior retorno.
Na Mtrix, desenvolvemos estudos de mercado exclusivos que mostram o potencial de cada região, categoria e canal. Essa inteligência permite transformar dados em decisões práticas, dando previsibilidade e controle para toda a cadeia comercial.
📌 Se sua indústria quer usar dados de mercado para tomar decisões mais seguras e aproveitar a Black Friday com máxima eficiência, conheça os nossos estudos e descubra como aplicar essas análises ao seu negócio.