Veja como foi o Comportamento do Mercado no 2º Trimestre
A Mtrix lança mensalmente estudos sobre o comportamento de mercado de diversos setores. Nesta edição, disponibilizamos novos estudos de Market Insights relativos aos mercados de:
- Alimentos (nos canais Varejo Alimentar e Food Service)
- Home Care & Personal Care (nos canais Varejo Alimentar e Farmácias & Perfumarias)
- Cuidados Pessoais (nos canais Farmácias e Perfumarias)
Os três estudos analisam os números do segundo trimestre de 2023 em comparação com o segundo trimestre de 2022 a partir de dados coletados dos pontos de venda em todo o Brasil, através do canal distribuidor/atacadista, com leituras do desempenho por cada região do país e por faixa populacional das cidades.
Também são avaliados KPIs estratégicos como vendas em receita, volume, preço, total de compradores e ticket médio por PDV. Esses indicadores contribuem para a compreensão do comportamento do consumidor. Além disso, permitem à indústria e aos atacadistas e distribuidores planejar suas próximas ações estratégicas.
De maneira geral, o estudo mostra um desaquecimento nos resultados do segundo trimestre em relação ao primeiro trimestre, em linha com os dados gerais da economia. Vale lembrar que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2023 foi de 4% ante o primeiro trimestre de 2022.
Já no segundo trimestre, ainda não há números fechados. Porém, segundo a pesquisa Focus divulgada em 25 de julho e realizada junto a analistas do mercado financeiro pelo Banco Central, a média das projeções de crescimento se situa em 2,35%.
Dessa forma, os indicadores da atividade econômica confirmam a percepção de que o PIB nacional desacelerou no segundo trimestre deste ano. Parte desse resultado vem das expectativas ligadas à persistência da guerra Rússia x Ucrânia, que voltou a afetar o comércio mundial de grãos e outras commodities. A boa notícia é que essa desaceleração foi menos acentuada do que previam os economistas.
Vamos conhecer os resultados de cada mercado.
ALIMENTOS
Este estudo apresenta o comportamento de compras das categorias no mercado de alimentos nos canais Varejo Alimentar e Food Service do painel Mtrix.
Neste mercado, a variação do número total de lojas analisadas foi de 0,6% na comparação entre o segundo trimestre de 2022 e o mesmo período de 2023. Houve crescimento de 2,2% no canal Food Service, representado por 179.507 estabelecimentos. O canal Varejo Alimentar, contudo, sofreu retração de -0,3%, indo de 301.499 estabelecimentos em 2022 para 300.453 em 2023.
Vale destacar que, para efeito deste estudo, compõem o canal Varejo Alimentar: atacado de autosserviço, lojas de conveniência, mercados de todos os portes e o varejo tradicional, representado por armazéns, mercearias e empórios. Já o Food Service está representado por bares, lanchonetes, hotéis/motéis, locais de entretenimento, padarias e restaurantes.
As vendas de alimentos no Varejo Alimentar mostraram crescimento em receita (0,9%), preço médio (12%) e ticket médio por PDV (1,3%). São resultados bem mais modestos que os alcançados no trimestre anterior.
Já o indicador vendas em volume apresentou retração de -9,8%, mais acentuada do que no primeiro trimestre, quando a queda foi de 4%.
No canal Food Service, os números também se mostram mais modestos do que no trimestre anterior. O crescimento foi de 3,4% nas vendas em receita, 5,8% no preço médio e 1,1% no ticket médio por PDV. As vendas em volume sofreram retração de -2,3%.
Regiões
Com exceção da região Sudeste, onde as vendas em volume da categoria Alimentos no Varejo Alimentar apresentaram retração de -2,4%, em todas as demais regiões a queda do indicador foi da ordem de dois dígitos: -13,2% no Nordeste, -10,7% no Sul, -15,4% no Centro-oeste e -15,1% na região Norte.
O Nordeste foi a região com maior número de indicadores negativos. Além das vendas em volume, também diminuíram as vendas em receita (-5,4%), o total de PDVs (-2,1%) e o ticket médio por PDV (-3,4%).
No canal Food Service, as vendas em volume também sofreram queda em basicamente todas as regiões. A única exceção é novamente o Sudeste, que apresentou crescimento de 0,8%.
Nesse canal, os crescimentos mais expressivos se deram na região Norte do país, com aumento de 10,8% nas vendas em receita, 22,7% no preço médio, 6,7% no número de PDVs e 3,9% no ticket médio por PDV.
Faixa populacional
As vendas em volume de alimentos no primeiro trimestre sofreram queda em todas as faixas populacionais do canal Varejo Alimentar. As maiores reduções foram identificadas nas cidades de 50 mil a 100 mil a habitantes (-12,6%) e de mais de 900 mil habitantes (-12,2%). O ticket médio por PDV também sofreu retração nas cidades entre 50 mil e 900 mil habitantes.
Já no canal Food Service, as vendas em volume também sofreram quedas, embora menos acentuadas, em quase todas as faixas, com exceção das cidades com 500 mil a 900 mil habitantes, que alcançaram crescimento de 8% no indicador. Essa faixa populacional também foi a que obteve os melhores resultados em relação às vendas em receita (15%) e ticket médio por PDV (11,8%). O preço médio o e total de PDVs tiveram avanços em todas as faixas populacionais.
HOME CARE & PERSONAL CARE
Neste segmento, os dados refletem o comportamento de compras das categorias de produtos de Home Care & Personal Care nos canais Varejo Alimentar e Farmácias & Perfumarias do painel Mtrix.
No segundo trimestre, a variação da quantidade de PDVs entre 2022 e 2023 foi positiva em 1,9%, alcançando um total de 327.116 estabelecimentos. O canal Varejo Alimentar cresceu 1,6%, alcançando 245.625 lojas, enquanto o canal Farmácias & Perfumarias foi ampliado em 2,9%, com 81.491 lojas.
Vale lembrar que o canal Varejo Alimentar estudado abrange: atacado de autosserviço, lojas de conveniência, mercados de todos os portes e o varejo tradicional, representado por armazéns, mercearias e empórios.
Os resultados dos dois canais estão razoavelmente equilibrados. Houve crescimento de 15,1% (varejo alimentar) e 16,5% (farmácias e perfumarias) no ticket médio por PDV, 16,6% (varejo alimentar) e 12,5% (farmácias e perfumarias) no preço médio e 17% (varejo alimentar) e 19,9% (farmácias e perfumarias) nas vendas em receita.
Regiões
No comparativo por região, o Sul do país apresentou o maior número de indicadores negativos, com queda nas vendas em volume, tanto no varejo alimentar (-5,7%) quanto no canal Farmácias e Perfumarias (-11,8%). Além disso, houve retração de -0,4% nas vendas em receita e -3,9% no ticket médio por PDV, ambos no canal Farmácias e Perfumarias. Contudo, o preço médio no varejo alimentar cresceu 21,8% no período.
O Centro-Oeste também trouxe resultados negativos no varejo alimentar nos KPIs vendas em volume (-2%) e número total de PDVs (-3%). Em compensação, no canal Perfumarias e Cosméticos há números extremamente positivos, mostrando crescimento de 31,7% nas vendas em receita e 31,1% no ticket médio por PDV.
A região Norte registrou os resultados mais robustos do estudo no canal Farmácias e Perfumarias, com crescimento de 59,9% nas vendas em receita e de 50,4% no ticket médio por PDV.
Na região Nordeste, o canal Farmácias e Perfumarias apresentou melhor resultado do que o Varejo Alimentar, em todos os indicadores. Os destaques são: vendas em receita (29,4% contra 22,9%), ticket médio por PDV (23,7% contra 20,6%) e preço médio (18,2% contra 17,1%).
Por fim, no Sudeste, chama a atenção a queda das vendas em volume (-2,3%) dos produtos HC&PC no Varejo Alimentar. O mesmo indicador cresceu 9% no canal Farmácias e Perfumarias.
Faixa populacional
No Varejo Alimentar, as melhores performances do trimestre em relação aos KPIs vendas em receita, preço médio e ticket médio por PDV se concentram nas cidades de até 500 mil habitantes. Assim, as vendas em volume tiveram melhor resultado nas cidades de até 20 mil habitantes (crescimento de 3,5%) e de 20 mil a 50 mil habitantes (crescimento de 2,9%).
No canal Farmácias e Perfumarias, chama atenção a queda de -6,1% nas vendas em volume das cidades de 50 mil a 100 mil habitantes. No aspecto positivo, temos vendas em volume e ticket médio por PDV com crescimento de dois dígitos em todas as faixas populacionais, com destaque para as cidades de até 50 mil habitantes, com os maiores percentuais de crescimento, sempre acima de 20%.
CUIDADOS PESSOAIS
Esta análise traz a performance das categorias do segmento de cuidados pessoais nos canais Farmácias e Perfumarias. A exemplo do que ocorreu no primeiro trimestre, quando a quantidade de farmácias cresceu 5,1% e a de perfumaria cresceu 3,9%, também neste segundo trimestre esses canais apresentaram evolução no número de lojas, mas com números mais modestos.
Na comparação entre os segundos trimestres de 2023 e de 2022, o canal Farmácias teve aumento de 3% no número de lojas, enquanto os estabelecimentos de Perfumaria e Cosméticos tiveram a quantidade aumentada em 1,8%. No conjunto, esses dois canais apresentaram crescimento médio de 2,8%, atingindo a marca de 84.711 lojas.
No canal Farmácias, os indicadores do segundo trimestre apresentaram crescimento expressivo, embora menor do que no trimestre anterior: vendas em receita (19%), vendas em volume (7,7%), preço médio (10,3%) e ticket médio por PDV (15,5%).
Por fim, no canal Perfumarias, os números também são positivos, mas ainda um pouco abaixo do que no trimestre anterior. Houve crescimento nas vendas em receita (26,9%), vendas em volume (12,8%), preço médio (12,5%) e ticket médio por PDV (24,7%).
Regiões
Nas regiões, o desempenho do canal Perfumarias foi, na média, mais positivo no Sul e no Sudeste, enquanto o canal Farmácias apresentou melhor resultado no Nordeste, no Norte e no Centro-oeste do país.
No Sul, alguns KPIs chegaram mesmo a apresentar resultados negativos: no canal Farmácias, as vendas em receita sofreram queda de -0,8% (com crescimento de 33% nas perfumarias); as vendas em volume retraíram -12,5% (enquanto nas perfumarias cresceram 24,6%) e o ticket médio foi reduzido em 4,1% (frente a um aumento de 25,9% no canal Perfumarias).
Já no Sudeste, o desempenho foi positivo em todos os KPIs analisados, nos dois canais. Os destaques são as vendas em receita, com crescimento de 30,2% nas perfumarias, e o ticket médio por PDV, que aumentou em 24,5%.
No Nordeste, os destaques são as vendas em receita no canal Farma, que evoluíram 30,8% (contra apenas 16,5% no canal Perfumarias) e o ticket médio por PDV, que cresceu 24,5% sobre 2022 (enquanto no canal Perfumarias o resultado foi 13,7% superior ao mesmo período do ano anterior).
No Centro-Oeste, o canal Farmácias apresentou excelentes números: 34% de crescimento nas vendas em receita e 32,2% no indicador ticket médio por PDV. O destaque negativo é a retração de -2,1% no número de PDVs.
Na região Norte, o estudo identificou queda em dois indicadores do canal Perfumarias: -11,5% nas vendas em volume e -0,3% no número total de PDVs. Por outro lado, o canal Farmácias trouxe excelentes resultados com crescimento nas vendas em receita (55,8%) e no ticket médio por PDV (47%).
Faixa populacional
Em relação ao canal Farmácias, na comparação do segundo trimestre de 2023 com o mesmo período de 2022, o indicador vendas em receita apresentou seus melhores resultados nas cidades até 50 mil habitantes, com crescimento acima de 23%.
Nas vendas em volume, o destaque ficou com as cidades de 500 mil a 900 mil habitantes, com expressiva evolução de 27,8%. O preço médio teve seu aumento mais significativo (32,9%) nas cidades de 50 mil a 100 mil habitantes. O maior crescimento do ticket médio por PDV foi nas cidades com 20 mil a 50 mil habitantes (20,4%).
No canal Perfumarias, o melhor desempenho de vendas em receita foi nas cidades de até 20 mil habitantes (35,4%), que também apresentaram o maior crescimento nas vendas em volume (22,6%) e no ticket médio por PDV (31%). O destaque negativo foi o número de PDVs, que caiu – 2,7% nas cidades acima de 900 mil habitantes.
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