Por que é necessário prestar atenção ao desempenho do pequeno varejo
Não é segredo para ninguém que o desempenho do pequeno varejo exerce uma grande influência em toda a economia do país. Afinal, embora o Brasil tenha uma ampla cobertura de grandes redes de varejo, que costumam negociar grandes volumes com a indústria e, por consequência, trazer ofertas de preço bastante atrativas, é preciso lembrar o importante papel econômico representado pelo varejo independente. Ou seja, aquele varejo composto por lojas de pequeno a médio porte e que não estão integradas nas grandes redes.
O pequeno varejo independente ou varejo de vizinhança tem como característica a sua enorme capilaridade, uma vez que estão presentes em cidades de todos os portes e em todas as regiões do país. Uma parte desse varejo, inclusive, se encontra em locais de difícil acesso no interior do território. São bares e empórios de beira de estrada, mercadinhos de gestão familiar que abastecem pequenas vilas, áreas rurais ou populações ribeirinhas com itens como alimentos, bebidas e produtos de higiene pessoal e limpeza doméstica.
Cada estabelecimento desses, isoladamente, pode parecer insignificante. Contudo, a verdade é que, no seu conjunto, compõem praticamente a metade do comércio alimentar brasileiro. Como são lojas sem capacidade de negociação direta com a indústria, por conta do baixo volume de compras, elas dependem da atuação de atacadistas e distribuidores para seu abastecimento.
O mercado de alimentos
Estudo Mtrix Market Insights, que analisou os resultados do varejo alimentar e do food service no segundo trimestre de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023, revelou que no varejo alimentar (atacado de autosserviço, lojas de conveniência, armazéns, mercearias e empórios) houve aumento de 6% nas vendas em receita, enquanto no food service (bares, lanchonetes, restaurantes, padarias, hotéis) o crescimento foi de 2,7%. Esse estudo abrangeu mais de 457 mil estabelecimentos, muitos deles de pequeno porte, em todas as regiões do Brasil, oferecendo um panorama confiável sobre o desempenho do pequeno varejo.
De acordo com a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (ABAD), atacadistas e distribuidores foram responsáveis, em 2023, por movimentar 52,5% de tudo que foi comercializado no varejo nacional. Essa fatia corresponde a mais de 51% do mercado desde o ano de 2005, o que indica a consistência dessa participação.
Ainda segundo a ABAD, o segmento de farmacosméticos e supermercados grandes adquirem cerca de 40% de seu portifólio de atacadistas ou distribuidores. Mas, no caso dos pequenos, essa porcentagem sobre para algo entre 85% e 95%. Tomando-se por base o faturamento do atacado distribuidor em 2023, que foi de quase 404 bilhões de reais, tem-se a dimensão do volume comercializado por esse varejo de vizinhança.
Desses dados resulta que os pequenos são, sim, fundamentais para a indústria de bens de consumo. Vale lembrar, também, que por características como proximidade com o consumidor final e presença física do dono, o varejo de vizinhança constitui importante termômetro das preferências do shopper em uma determinada região. Por isso, é preciso acompanhar de perto o desempenho do pequeno varejo e do varejo de vizinhança para identificar corretamente as tendências de consumo.
As ameaças ao varejo de vizinhança
Em algumas localidades, o pequeno varejo alimentar vem sofrendo nos últimos anos a concorrência das grandes redes por meio de lojas de pequena metragem que ocupam espaços típicos do tradicional varejo de bairro. Essas lojas, embora possam oferecer alguns preços mais acessíveis, geral têm menor flexibilidade em termos de mix de produtos e menor proximidade com os clientes.
Outra forma de concorrência de que pode colocar em risco o desempenho do pequeno varejo é o crescimento do e-commerce, em especial nas cidades maiores, onde a comodidade de não precisar se deslocar, mesmo que por pequenas distâncias, é bastante valorizada.
Por sua importância e por ser o elo mais frágil na cadeia de abastecimento, o varejo de vizinhança precisa contar com o apoio da indústria e dos distribuidores e atacadistas para manter-se vivo e atuante. Esse apoio pode dar-se de diversas maneiras: treinamentos, consultoria, materiais de merchandising, promoções e, principalmente, parceria na transformação digital do canal, com implementação de soluções tecnológicas que podem ir de sistemas para gestão de estoque à criação de um e-commerce – ou adesão a um marketplace.
Essas ações precisam fazer parte de um planejamento estratégico bem elaborado que leve em conta o fato de que a cadeia de abastecimento só cumpre o seu papel se o varejo, na ponta, puder funcionar plenamente.
Para tanto, é essencial que indústria tenha uma ampla visibilidade de tudo que acontece no varejo, por intermédio das informações das vendas realizadas pelo distribuidor. Contudo, muitas vezes a indústria tem visibilidade apenas até certo ponto da cadeia, a partir do qual as informações começam a ficar imprecisas e os dados não fluem com a rapidez nem com a precisão desejáveis.
A importância de se utilizar a inteligência de dados
Uma vez que é o consumo na ponta que dita o ritmo de toda a cadeia, é necessário que as informações coletadas pelos distribuidores em suas transações com o varejo cheguem rapidamente até a indústria. Assim, é possível analisar os movimentos do consumidor e assim ajustar suas ações de modo a aproveitar oportunidades e contornar eventuais problemas.
Por outro lado, as informações da indústria também precisam chegar sem ruídos até o distribuidor e, por intermédio dele, até o varejo.
Ou seja, é preciso investir em tecnologia adequada para impulsionar o desempenho do pequeno varejo e assumir uma postura colaborativa que beneficie tanto a indústria quanto os agentes de distribuição e o varejo, dando transparência e visibilidade a cada etapa do processo.
É preciso também fomentar uma cultura que inclua a aplicação de soluções de inteligência de dados de ponta a ponta na cadeia, alinhando indústria, distribuidor e varejo.
Estratégias para impulsionar o desempenho do pequeno varejo
Um planejamento com visão colaborativa e a tomada de decisões com base em informações compartilhadas, orientadas por dados de qualidade, é possível responder de forma muito ágil e precisa a questões estratégicas importantes como:
- Quais os melhores canais para a distribuição dos meus produtos?
- Qual é a frequência ideal para abastecer cada distribuidor?
- Como garantir a reposição de itens de modo a evitar rupturas?
- Com qual nível de estoque trabalhar?
- Como saber quais PDVs apresentam as melhores performances em relação a determinado produto?
- Como gerir minha equipe de vendas de modo a focar nos produtos e canais de vendas mais rentáveis?
Ferramentas de BI
Hoje, há ferramentas poderosas que cada vez mais podem oferecer visões customizadas, com perfis adaptados às necessidades de cada negócio, contribuindo para que todos possam tomar decisões mais eficientes e rentáveis para suas empresas. Algumas soluções trazidas pela inteligência de dados:
- Análise de performance: Acompanhamento do desempenho dos clientes varejistas por meio de métricas como vendas e crescimento de mercado;
- Segmentação: classificação dos clientes com base em critérios como volume de vendas, potencial de mercado e alinhamento estratégico;
- Previsão de demanda: utilização de dados para prever a demanda de produtos e ajustar as estratégias de distribuição e marketing;
- Eficiência logística: análise de dados de logística para melhorar a eficiência na entrega e distribuição dos produtos;
- Tendências de mercado: análise das tendências do mercado e do comportamento dos consumidores para ajustar as estratégias de canal.
Nos últimos 14 anos, a Mtrix tem aprofundado seu conhecimento sobre as dores da indústria e dos distribuidores e pôde desenvolver soluções que propiciam insights importantes para o aperfeiçoamento das estratégias de negócio da cadeia de abastecimento, facilitando o compartilhamento de conhecimento para ampliar resultados e gerar valor.
Tome decisões mais acertadas para alavancar o desempenho do pequeno varejo!
Saiba mais sobre essas soluções contatando um consultor Mtrix!