Oportunidades, Desafios e o Papel da Inteligência de Dados para as Indústrias de Alimentos e Bebidas
A maior parte do consumo nacional das famílias é representada, como seria de se esperar, por produtos básicos como alimentos e bebidas. São segmentos economicamente importantes que movimentam, junto com itens de HC & PC, o chamado mercado mercearil, estimado em mais de R$ 700 bilhões em 2022.
Balanço anual elaborado pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) confirma que a indústria brasileira de alimentos e bebidas é a maior do país. Ela representa 10,8% do PIB nacional, gerando 1,8 milhão de empregos formais e diretos. O setor chegou a alcançar faturamento de R$ 1,075 trilhão em 2022, com 16,6% de crescimento em relação a 2021. As vendas internas do setor chegaram a R$ 770,9 bilhões, 14,3% a mais que em 2021 (em termos nominais).
NÚMEROS DA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS E BEBIDAS
Apesar da inflação elevada durante todo o ano passado, a indústria de alimentos apresentou expansão nas vendas para o varejo alimentar e em especial para o food service, que voltou a crescer com o fim do isolamento social imposto pela pandemia. Segundo a ABIA, em 2020 o food service sofreu retração de 27,5% no faturamento. Para 2023, estima-se uma expansão real de 10,2%.
Já o setor de bebidas reúne mais de 3 mil empresas em todo o Brasil, que produzem águas, sucos, refrescos, isotônicos, energéticos, achocolatados, refrigerantes, entre outros, além de cervejas e demais bebidas alcoólicas.
Estas últimas tiveram seu consumo reduzido durante a pandemia, com o fechamento de bares e restaurantes, mas as vendas voltaram a crescer em 2022. A retomada do mercado representou uma alta de 5,2% no setor de bebidas. Isso contribuiu também para o crescimento da produção industrial em abril de 2022, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com os bons resultados que vêm sendo notados na economia (inflação sob controle, com deflação de alguns preços, e aumento no otimismo do empresariado) e maior tranquilidade no campo político (com a aprovação no Congresso de medidas importantes e a aparente pacificação entre Executivo e Legislativo), a expectativa para 2023 e 2024 é de crescimento e retomada de investimentos, tanto públicos quanto privados. Isso abre caminho para um ciclo virtuoso que inclui aumento do emprego e do nível de renda. E, portanto, favorecendo o consumo e impulsionando ainda mais as indústrias de alimentos e bebidas que atuam no país.
OPORTUNIDADES
Na indústria de alimentos, a busca crescente do consumidor por opções saudáveis, ao mesmo tempo que traz desafios regulatórios, também abre importantes nichos de novos negócios, impulsiona as inovações tecnológicas e traz excelentes oportunidades de crescimento.
Um exemplo são as linhas plant-based, com produtos desenvolvidos a partir de matérias-primas vegetais que ajudam a substituir ou reduzir o consumo de produtos tradicionalmente de origem animal como leite, queijo, hambúrgueres e outros. Os alimentos plant-based visam atender à demanda não apenas de consumidores vegetarianos ou veganos, mas também ao número crescente de pessoas que têm buscado reduzir a presença de proteína animal na dieta, seja por questões de saudabilidade ou em resposta a preocupações com sustentabilidade e meio ambiente.
Estudo coordenado pelo The Good Food Instituto Brasil (GFI) aponta que metade dos brasileiros reduziram o consumo de carne em 2020. Além disso, 39% dos respondentes da pesquisa já consomem alternativas vegetais em substituição às proteínas animais pelo menos três vezes por semana. Essas tendências têm feito esse mercado crescer no Brasil entre 7% (segundo o GFI) e 11% (de acordo com o Euromonitor) ao ano. Como resultado, já podemos encontrar facilmente diversos lançamentos plant-based por parte das principais indústrias de alimentos.
Novas tendências
Também vem crescendo a procura por produtos orgânicos, naturais, funcionais e nutracêuticos (termo criado em 1989 pela Foundation for Innovation in Medicine dos Estados Unidos, que significa “substância que pode ser um alimento ou parte de um alimento que proporciona benefícios medicinais, incluindo prevenção ou tratamento de doenças”).
Na mesma linha de busca por opções mais saudáveis, a indústria de bebidas não alcoólicas tem visto, desde a pandemia, uma maior procura por produtos. Especialmente aqueles que, além de hidratar, proporcionem maior bem-estar e tragam ingredientes funcionais como vitaminas, minerais, probióticos, entre outros. Cervejas sem álcool também podem ser incluídas nessa categoria de saudáveis, representando um nicho já explorado por diversas marcas.
Entre as bebidas alcoólicas, são identificadas tendências ligadas a novas experiências para o consumidor. Isto é, com ingredientes diferenciados, presentes em produtos premium e/ou artesanais. Ou então com embalagens não tradicionais como latas para acondicionar vinho, por exemplo. Esses produtos têm apresentado boa aceitação no mercado, em especial entre o público mais jovem.
Assim, as indústrias de bebidas estão encontrando diversas oportunidades de crescimento, mas sempre ligadas à realização de pesquisas, desenvolvimento tecnológico e novas abordagens de marketing.
DESAFIOS
Alimentos e bebidas são setores altamente regulamentados, visando à segurança do consumo no que se refere a procedência, contaminações e composição nutricional dos produtos, com rígidos parâmetros determinados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e por outras legislações específicas que visam fornecer informações mais claras ao consumidor.
Nova regulamentação da Anvisa para a rotulagem de alimentos, por exemplo, entra em vigor em outubro de 2023. Ela traz mudanças para a implementação da rotulagem frontal, novos padrões da tabela nutricional e critérios para alegações nutricionais. Além disso, trarão alertas sobre a presença de alto teor de açúcares adicionados, gorduras saturadas e sódio.
As bebidas alcoólicas, por sua vez, sofrem restrições em relação à veiculação de propaganda (proibida nos veículos de comunicação no Brasil desde 1996, sendo permitido apenas material promocional nos pontos de venda) e à comercialização nos estabelecimentos, já que por lei apenas maiores de idade podem adquirir e consumir a bebida.
Consumidores atentos à saúde e ao meio ambiente estão de olho no setor de orgânicos, naturais e nutracêuticos, buscando informações sobre a origem das matérias-primas. Por isso, há uma necessidade constante de investimentos para aprimorar os processos de produção e controle e atender às exigências legais e mercadológicas.
De forma mais ampla, os setores de alimentos de bebidas também são atingidos, assim como outras indústrias, pelas novas demandas dos compromissos ESG quanto às práticas das próprias empresas, que vêm enfrentando exigências que influem inclusive nas análises de risco para investimento e nas avaliações para concessão de crédito.
A PARCERIA DISTRIBUIDOR-INDÚSTRIA
A expansão de mercado constantemente buscada pela indústria depende principalmente de dois aspectos: bom desempenho de vendas e eficiência na distribuição dos produtos.
No caso de alimentos e bebidas, a distribuição apresenta um desafio a mais em relação aos demais produtos industrializados, especialmente os produtos perecíveis. Da atenção à data de validade ao acondicionamento e armazenamento adequados, eventualmente com necessidade de refrigeração e embalagens especiais, o transporte e manuseio de produtos alimentícios apresenta diversos aspectos críticos.
Esses dois aspectos – vendas e logística – explicam a importância da parceria da indústria com o segmento atacadista e distribuidor. Segmento que com sua capilaridade, força de vendas própria e expertise em armazenagem e transporte se torna um aliado fundamental às empresas. Sobretudo quando se trata de levar os produtos da indústria para o maior número possível de pontos de venda. Mesmo os que são mais distantes e de difícil acesso.
Além disso, por trabalhar com cargas fracionadas e atender a pedidos de pequenos volumes, o atacado distribuidor também permite que os produtos cheguem aos menores estabelecimentos. Algo que não seria possível em compras feitas diretamente da indústria.
Esse importante serviço prestado pelos agentes de distribuição também permite expressiva redução de custos, se comparados aos valores que a indústria gastaria para realizar a distribuição por meios próprios.
A IMPORTÂNCIA DA INTELIGÊNCIA DE DADOS
Para garantir a qualidade desses serviços e atender às crescentes exigências de agilidade e confiabilidade, o atacado distribuidor tem buscado incorporar inúmeras melhorias operacionais. Desde a utilização intensiva de recursos até a inteligência de dados, a exemplo do que já vinha fazendo a própria indústria. Dessa forma, consegue garantir a máxima eficiência em toda a operação.
Contudo, há ainda aqueles atacadistas e distribuidores que não se atualizaram do ponto de vista tecnológico. Organizações que ainda operam com sistemas bastante dependentes de alimentação manual de dados, o que prejudica fortemente o desempenho.
Essas empresas comprometem não apenas a eficiência logística do serviço oferecido à indústria, mas principalmente colocam em risco todo o trabalho realizado pelas áreas de marketing e vendas, ao comprometer prazos de entrega e multiplicar a possibilidade de erros que geram devoluções e reclamações.
Não por acaso, as indústrias dos segmentos de alimentos e bebidas são a maioria dos clientes da Mtrix e contam com seu amplo conhecimento de todas as necessidades desse mercado.
A Mtrix vem desenvolvendo, há mais de uma década, soluções de inteligência de dados capazes de promover automação de tarefas, visibilidade de informações, agilidade nos processos de decisão e desenvolvimento de uma cultura de eficiência, precisão e produtividade alicerçada na tecnologia e no uso diário de dados de alta qualidade.
Além de trazer agilidade e redução de custos, essas ferramentas melhoram a comunicação e proporcionam a integração dos processos ao longo de toda a cadeia de suprimentos, com consistência e total visibilidade. Conheça algumas dessas soluções:
SOBRE A MTRIX
Há mais de uma década no mercado, entregamos soluções inteligentes para gestão de canais, da indústria ao pequeno varejista, trazendo eficiência, visibilidade das informações e automatização de processos alinhados às estratégias dos clientes.
Contamos com uma rede integrada de mais de 80 indústrias, 1.500 distribuidores e atacadistas, com vendas para mais de 1 milhão de pontos de venda.